Plástico versus animais aquáticos: entenda por que eles se confundem e consomem resíduos como se fosse comida

 

O consumo de resíduos plásticos pela vida marinha vem aumentando a cada dia. Desde os menores seres vivos, como os plânctons, até as grandes baleias, diversos animais estão sendo afetadas pela ingestão indevida de lixo marinho. Além disso, a tendência da poluição nos oceanos e mares é aumentar. Estudos comprovam que, aproximadamente, 8 milhões de toneladas de plástico caem em águas oceânicas anualmente. Devido às correntes marítimas, este plástico se decompõe em microplásticos que são ingeridos pelos animais marinhos juntamente com outros alimentos. Ou, o pior de todos os casos, quando são confundidos literalmente com comida e são engolidos em sua totalidade.

 

E por que isto ocorre?

Os plásticos não são confundidos apenas por parecerem alimentos. Eles também possuem o mesmo cheiro. Isto acontece porque todo plástico do oceano é rapidamente colonizado por uma fina camada de micróbios – os plastisférios. Esta viscosa camada libera substâncias químicas que transformam o plástico no atrativo perfeito para animais marinhos: com cheiro e gosto de peixe. Isto também é válido para aves marinhas que, quando caçam, localizam comida pelo odor emitido.

Além disso, há um composto específico capaz de estimular quimicamente a atração de alguns animais, o metiltiometano ou sulfeto de dimetila, que é liberado pelo plástico no oceano.

 

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Qual o risco da ingestão de plástico por animais?

O efeito pode ser fatal. Os aparelhos digestivos dos animais podem ficar cheios de plástico, situação em que os órgãos não têm mais capacidade de assimilação de nutrientes provenientes de alimentos verdadeiros. A longo prazo, isto pode causar o colapso de determinadas populações como focas, golfinhos e tartarugas marinhas.

 

Quais cuidados devemos ter para manter os oceanos livres de plástico?

O primeiro passo: consciência ecológica. Qualquer pequeno lixo descartado de forma incorreta pode acabar nos oceanos e afetar a vida marinha. Um estudo de 2015 indica que, se não houver mecanismos de controle, 17,5 milhões de toneladas de resíduos plásticos poderão adentrar os mares anualmente até 2025. Imagine quanta vida marinha pode acabar devido a tanto lixo acumulado!

Isto vai implicar uma mudança de atitude da nossa parte como consumidores, obrigando a todos adotarem um consumo consciente e responsável. Além disto, há uma demanda alta sobre a necessidade de desenvolvimento de soluções inteligentes para a substituição de plástico. A vida marinha necessita do nosso empenho e esforço para ser salva, afinal, vivemos todos no mesmo ecossistema.